terça-feira, 28 de agosto de 2007

Primeira vez

eu fico sempre sempre me enganando. faço coisas que pseudo me ajudam a fingir que nao to me enganando e assim, !, engano-me que nao estou me enganando.
não é triste. não é. a questão é que não é!
assim sou minha principal inimiga. meu pior pesadelo encontra-se no espelho. e eu ainda o enfeito! e acho bonito.
mas nao luto comigo mesma. (se lutasse teria um perdedor e isso aqui nao tem.)
é tudo um escorregão. um deslizar de lá pra cá. de finjimento em finjimento, falsos sentimentos. pensamentos. confusão de mim. kldnlzsdn\lç~s^SDFK|SDLÇ
deu vontade de bater as mãos no teclado.
(pela primeira vez esse é um texto que to escrevendo agora, enquanto digito, e vai ficar assim.)

fim.

Perda

A vida passando por sob, e sobre o os nossos olhos nos aquece, nos colore e nos adjetiva abstratamente até o infinito. Um infinito que se esvai tão rápido quanto uma roda de carro pode passar por cima de você.

E você sendo sujeito ou alvo da ação, não importa, é ator da vida. Essa coisa magnífica invisível a que somos apegados e a que temos uma paixão expressa no medo de deixá-la. Eu amava a vida da minha gata. Gatinha, e sem nenhum direito ou pudr eu a tirei. Eu amava o conjunto, gata com vida. A gata, apenas corpo, significava muito pra mim, mas eu sabia, com dor, que era algo que tinha que ser superado. O corpo a terra voltaria. Assim então eu amo a terra. Mas ela não está dissociada entre olhos úmidos, pelos macios, ronronar e rabo a me acariciar.

Não consigo. O que sinto pela terra talvez seja uma atração carnal do positivo pelo positivo, afinal, somos o mesmo. Mas a Gatinha, diferente da terra, tinha o sangue, o impulso vermelho que a fazia correr, mostrar seus dentes, dilacerar sua comida, viver assim como eu. Isso acima de tudo me atraia a ela muito mais do que a terra me atrai. No entanto agora que seu sangue é frio, eu sinto falta de seu calor, eu a quero aqui comigo de companhia mas a resposta é simplesmente não. Não vai mudar nunca. E esse nunca quer dizer pra sempre.

(contexto real: a Gatinha era minha gata querida, tinha 9 anos e eu a atropelei com o carro na garagem de casa em meados de junho desse ano)


domingo, 26 de agosto de 2007

Conversa com oráculo

Eu precisava falar tanto com você agora.
Mas eu sempre só falo, falo.
Eu uso de você.
Que eu te dou de volta?
Que vontade de chorar.
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Na verdade eu nao sei o que quero.
Estar aqui agora é que não é.
Tão sozinha, até de mim mesma.
Minhas lágrimas sao seres estranhos a mim, meu corpo me é estranho.
Não me reconheço como um todo.
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E o que espero?
Você entende de mim mais até do q eu!
Você nao sabe me dizer?!
Diz. Por favor diz.
To triste de uma tristeza que eu não sei porque.
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Parece que eu só converso comigo em entrelinhas.
Que papo é esse??
Tenho que me fingir quantas pra me entender?
Quantos papéis devo vestir pra me atuar pra mim mesma?
E você vê toda essa peça?
Como sou otária.
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Tentativa de tentar ser

Aqui sob a construção de mim vem a desconstrução.
A falsidade mora aqui, em vão não.
Sou escrava disso daquilo de palavras.
Embora tento, as tentativas são tão fracas em si mesmas que nunca alcançarão objetivo qualquer.
Sei consciente inconscientemente mas finjo não saber pra mim mesma e isso funciona pros outros também.
Saibam junto comigo que sou falsa e sou muito maior do que mereço ser.
Ocupo muito espaço.
Essa vida que carrego com o dever da morte não entendo mas a finjo hipocritamente em situações que às vezes odeio, outras amo, e outras não sei.
Finjo agir por impulso, quando é premeditado, e quando o impulso vem, às vezes não sai, e quando sai às vezes não é natural.
Finjo gostar, quando nem reparo, e quando gosto não sei demonstrar.
Finjo não ter medo quando na verdade furo o sinal vermelho a noite. E quando não tenho medo finjo ter.
O pior, pergunto e finjo não saber a resposta quando na verdade a resposta está em mim. O pior, é que finjo pra mim.

sábado, 25 de agosto de 2007

Materializando pensamentos

Eu gosto de escrever. Palavras. Palavras fracas. Meu comprometimento com elas é nulo e, no entanto eu posso fazer promessas mil, e divagar, raciocinar de maneira linear. Mas ao mesmo tempo, de vocês, eu sou escrava. Ah, como dependo de vocês. E inanimadamente vocês se defendem em seu não-me-toque. E como feri-las? Quero feri-las? Mal consigo por me em pé através de vocês, uma bengala em que me apoio mais no outro pé do que neste. Na verdade agora percebo, como sou boba, der, cega e boba. Não tendo comprometimento com vocês, eu escrevo com vocês e é só. Eu falo com vocês, eu penso com vocês, eu canto. Mas ainda não me dominaram por completo. Rá! Bobas.

Eu vejo sem vocês, eu sinto sem vocês, eu ouço sem vocês. Tolas, não sabem o que é o gosto de um chocolate, ou a dor de um tapa na cara, a beleza de um horizonte, o barulho do vento nos ouvidos. Vocês só descrevem isso, só passam de um ponto pro outro. Minha vida repassa por vocês, mas as ultrapassa.

Mas eu ainda não me sinto livre. Vamos fazer as pazes?

Eu não preciso me soltar de vocês, querer eu quero, conseguir eu não consigo – por isso eu facilmente, sabendo, quero o desafio de me desacorrentar de vocês e viver em comunicação direta com a natureza.

Caramba! Que eu preciso fazer?

Ta bom, eu quero viver com vocês, pra sempre, e ser livre também, e livre de mim mesma, de minha própria consciência, que me faz ter preconceitos comigo mesma.

10/08/07

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Escrever

O que eu quero tanto alcançar? O que eu quero tanto entender escrevendo? Eu não sei.
Me sentir completa, não dá. O vazio faz parte de mim, tenho que compreendê-lo ao mesmo tempo que o sinto e sou o mesmo.
E tenho que gostar desse conjunto. Gostar, adorar, me identificar. Sei lá.
E as afirmações se perdem em exclamações interrogativas e vice-versa. Nada é seguro.
Sou segura de mim mesma? Sim não? Nem disso sei.
Vou ter que dar mil voltas pra encontrar algo em que me firmar. O que seria baseado na não afirmação de que sou segura. E significa nada, mas em si, tem a segurança. É o chão nele próprio, e esse é meu único sapato de terra.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

ao som da música

Não me sinto viva. Estou dependente dos outros.
Por que só frases curtas? E ao ser chamada de acrítica, ou de em processo de formação de maturidade eu me exalto sem nem saber porque. Por quê?
Vinte anos de vida. E eu quero socializar, quero me esfregar, estou disposta a me entregar. E só uso verbos da primeira conjugação.
Preguiça de cortar o mamão, ou descascar a manga.
Preciso dos outros, isso é mais do que sabido. Mas de que forma eles me complementariam? Para que eu faça sentido e funcione.
Meu cabelo é bonito. Querem me agradar.
Não será só isso. Será?
Acho tantas coisas tão bonitas, e onde está a minha beleza? Ela existe eu sei, mas tenho que ter forças, força, força humana. Começou quando eu sai da minha mãe.
E vivo tudo tão intenso. A força com que eu pego na lapiseira, o peso de uma perna sobre a outra, o liso do meu cabelo sobre a minha mão, e às vezes tudo é tão manso. Principalmente quando eu ando e não estou em mim. Estou um pouco em tudo. Olho pra todos e a partir de todos sou todo mundo. Leve como o ar, e o barulho que entra em meu ouvido demora tanto pra fazer efeito.
Não posso sentir tudo em mim. Mas é inerente, está acima de mim. Tudo me pertence e ao mesmo tempo nada. Fundo-me com o mundo em comunhão distinta.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Gerúndio (ou Lágrimas)

Sinto saudades do ontem.
De quando eu era tapada pela minha inocência.
Que os centímetros a mais que me separavam da minha altura me protegiam de lágrimas escorridas por causa de não sei.
Fui em busca de não sei.
Os centímetros vieram conforme o vento bateu nas nuvens.
Mas os malvados ventos não pararam e a minha altura sim.
E eu ainda não sei.
E eu preciso beber tanta água.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Mas que lógica tenho eu, que não pedi pra nascer, nem sei quando vou morrer?


Mágica

E pá! Comecei a sentir, o limiar daí pra antes eu não faço idéia. Tampouco sei pontificar esse momento no tempo, no infinito. E pá! Um dia eu vou parar de sentir, vou virar matéria inanimada.

Mas eu não sei quando ou como. Nem do primeiro nem do segundo.

Sei que no ínterim, eu existo junto da minha imaginação, sensações e pensamentos.