domingo, 5 de abril de 2015

Respirar e inflar o peito, sentir se cheia de ar. Sentir o coração batendo, a pele sobre a pele. Ver o escuro do lado de dentro dos olhos.

Me disseram que pedi para nascer sim. Que tudo foi combinado do lado de "lá". Tudo bem. Não sei nesse momento agora de que isso importa, e tampouco estou lembrada do porque isso me importou e me tomou tempo e espaço.

(tempo e espaço é uma coisa muito louca... lembrar de ler uma breve história do tempo).

Só sei que estou aqui. Aqui e agora. Não sei onde é, ou em que consistiria o lado de "lá", nem sei se é pra lá que eu vou quando eu não mais estiver aqui (provavelmente sim, né?).

Só sei que este estar aqui, aqui e agora, tem sido um emaranhado de revelações frustrantes, sensações boas que nem sei adjetivar de tudo tão misturado que-vem-que-fica-que-passa, e de outras que ainda estou por descobrir de que forma reverberam em mim. Venho tentando organizar essa baguncinha que me determina enquanto eu mesma para me compreender melhor, para me entender e conseguir não me controlar ou me mudar, mas sim conviver melhor comigo mesma.

Conviver com a gente mesma é uma coisa difícil. Essas duas que habitam meu corpo estão começando a criar uma tradução entre a linguagem e o entendimento, pra finalmente dialogar na sua conversa - e não simplesmente ouvir/sentir o que é dito como uma paisagem ou um pano de fundo a fim de ser ignorado no momento em que acabar a transmissão.

Existir é algo muito misterioso.

terça-feira, 10 de março de 2015

Do que é preciso, precioso, precisado

Navegar é preciso, viver não é preciso.

Viver é tipo um navegar impreciso. Então, pra falaciar um pouco, viver é preciso ser um navegar impreciso?

O português armadilha a gente.

O que é preciso é viver, e não viver é preciso.

De novo.

Viver é viver. Não é certo nem errado, nem bom nem ruim. Viver é tudo e nada, na medida exata e incerta que uma cabeça de alfinete ocupa certinho o espaço dessa cabeça de alfinete.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

De uma das alegrias de se existir

Fazia muito tempo que eu não andava na rua meio aos pulinhos, meio "vamos passear no bosque enquanto seu lobo não vem", deixando a mão correr pelos portões, pelas árvores, pelas folhas.

Reencontrei uma alegria simples. E descobri um segredo: tava escondida na parte de mim que vinha matando ultimamente.

(mas essa brincadeira só vale se tiver verde por perto viu).