sexta-feira, 26 de outubro de 2007

con-fundo-me

Tomo cuidado com a vida, ela é preciosa demais.
Tomo cuidado demais com a vida, isso faz ela ser preciosa.

A vida não é vidro.
Engraçado o espelho, reflete a minha imagem, e quando eu dou um soco nele, ele continua refletindo a minha imagem, umas mil vezes.

Eu vou quebrar umas mil vezes, e vou continuar sendo eu, só que diferente por dentro. E vou ficar mais forte num pedacinho só de mim.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Inexistente inventado

Que coisa essa de estatística. Até parece que você é ou não é. Nenhuma afirmação é ou não é, até ela, que parece ser tão certa, depende do contexto. O subjuntivo “se” pode te levar a loucura, ainda bem que ele é meu amigo.
Não acredito em estatística, acredito em humor, em vento. Eu mudo o tempo todo, minhas células tão morrendo e nascendo, eu to pensando em constante convulsão. E quando não penso eu canto, ouço uma música em mim, ou lembro de alguma coisa que já passou, ou que inventei pra mim. Se o tempo voltasse atrás eu ia morrer, porque nada, ninguém (nem eu) ia saber como eu era antes, não consigo deixar de me desmudar.
Sou contra provas teste em salas de aula. E o verbo to be só se aplica em sua dualidade nas coisas, nas pessoas ele é só estar. Mas mesmo nas coisas ele não é tão dual assim. Existe a subjetividade.
Estatística é fantasia feia e transparente, não existe! A consciência disso não te leva à sabedoria. Quer ferramenta melhor do que os olhos, melhor do que os sentidos?? Fosse uma sabedoria dos sentidos, construída pela consciência do desserviço que a estatística presta, então sim.
Só aceito a estatística se ela for dinâmica.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Carta aberta

Estou cinematograficamente triste. Por causa de você, que me veio à memória agora, em situações já vividas sentidas expectativas.
Não esperava promessas. Eu ainda espero. Mas a que está aqui esperando é uma senhora dolorida, que muito ou pouco evita, que não deixa por viver. Seja em sonhos de olhos fechados, seja na vida-a-vida do dia de todo dia, cada um, dia.
Não te amo, nunca te amei (nos amamos talvez). Eu sequer sei o que isso significa assim, sem ser por dizer. Que assusto me dei agora. Mas eu amo alguns poucos que estão fora de mim. Você não.
Mas como eu gosto de você. Queria poder assistir você dormindo um dia, ver seus espasmos, que expressão tem seu sono. Você sabe que é injusto. Eu não gosto de você tanto assim, já falei.
Saiba que a minha paciência existe mas não é infinita (a minha paixão a vida sim é, sem desapego!). E muito longe da perfeição você está, quantas vezes você já não falhou comigo? Mesmo com coisas fáceis. De novo, não quero que me prometa nada, não é isso, quero que você me queira assim, por querer, por mim.
De tão repetitiva já estou chata, pareço você. É que às vezes me confundo, meu mundo não é o seu.
Estou te esperando ali onde agente sempre sonhou junto. Venha e me dê a mão (não quero ouvir sua voz), quero me sentir você.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

As vez

Aquela não seria a primeira vez. Aquela não seria a última vez. Nem a única. Aquela seria aquela vez.
A primeira vez não é porque ela sempre é. Não é a primeira porque não tem ponto de partida. O tempo dilui o frio na barriga por sentar ao lado, cruzar olhar. Não é o primeiro porque é borboletas na barriga.
Não é a última vez porque Ela não se anuncia.
Aquela vez é a que se vive querendo estar ali, num eterno que tem fim - um fim que não se quer, mas se sabe que existe. Então por isso o fim não é de todo indesejado, para que haja renovação da vez. Quem sabe a vez se repita.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Tô com dor

Ai que dor que não me sinto. Tanto forte é que é, que passa o sentido e começo a delirar. E deliro em sonhos loucos, imaginações insensivas, mas doloridas, que vão (estão a) me batucar a cabeça, numa música que ora danço no ritmo, ora repudio.
Ah! que dor prazerosa, em troca dela tenho meu prazer perdido em ínfimos segundos, em alguns quais em que me sinto tanto tanto que num ápice quase gozo inexistível me explico e tudo fica claro.
Mas que absurdo! Só me entendo quando não existo.
A dolor que me tirou a sensibilidade agora me deixou mais dolorida, de uma maneira mais triste só que mais viva.
Estou no processo, estou sendo processada.

Mesma coisa

Me confundi em tudo na mesma coisa: o tudo e o nada.
Olhando perspectivamente assim, o tudo sendo um conjunto de tudo, e o nada sendo o desconjunto de tudo, sendo que esse "des" significa nada.
Vê que tudo e nada são a mesma coisa?


E temos então a fraca idéia da perfeição.
Um ponto perfeito. Tão pequeno, e tão pequeno que é quase invisível. Aos olhos de alguém, vível, aos de outrem, não. Mas, dentro de si, o pontinho, tem o infinito. Vice versa que não necessariamente versa pros olhos de alguém e outrem. (Dá uma dança).