sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Amora

- Senhor. (olhar baixo, dobra as pernas em pliê segurando o vestido)
- Senhora. (reverência com o chapéu)
- Meu amor.
- Minha Amora.


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A gente tá na época de amora. Frutinha pequena, bonita em sua beleza. Eu, particularmente não gosto (agüento? consigo? – drama) passar sob uma amoreira e ficar sem pegar pelo menos uma e sentir seu gosto azedoce. Na ênfase de comê-las eu pegava de qualquer jeito em minha brutalidade e elas sangravam em minha mão (cuidado com sangue de amora, marca pra sempre: mancha).
Mas não sei se vocês sabem, existe um jeito especial de colher amoras. É fácil – elas estão lá quase que só para serem colhidas – basta girá-las, e, em um ângulo mágico, seu cabinho vai se desprender e ela vai se dar a você. Sou tua. E girar com delicadeza como quem pega o nada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dos seus textos, esse foi o que eu mais gostei. Bela comparação!
=*

Anônimo disse...

Lindo!