Eu estava tentanto pensar na distância que existe entre a vontadade de querer, que é o próprio querer, e a consciencia de saber que nao deveria querer. É praticamente uma linha que nao se divide da outra, um desejo do veneno.
Muitas vezes acho que é dificil se ter a consciencia do que nao se deveria querer, do que, de alguma forma, qualquer forma, se faz danoso. É como negar a negação. Mas então o contário é tão simples, e o que se faz danoso ao mesmo tempo se confunde com que se quer com pureza.
Ai. Acaba sendo tão fácil se confundir nas intenções que o puro perde a pureza por simplesmente nao se perceber puro.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Sentido que conforta e entristece
Numa conversa com um amigo, a felicidade do Tom fez sentido por um momento. Acho que até agora está fazendo. E espero que continue assim porque estou confortável.
Ele me disse que vivemos das expectativas. Que nossa felicidade não depende do nosso consumo, ou das nossas conquistas.
Eu estava feliz naquele momento, exatamente porque eu vizualiva uma oportunidade, que ainda não aconteceu, mas agora eu já nem estou mais feliz porque a oportunidade está fraca.
De qualquer forma, eu percebi que realmente, quando eu fico feliz, é por ver ter a expectativa de que algo vai acontecer, por sentir a expectativa de que vou consumir algo, sentir que vou encontrar alguém, que vou fazer alguma coisa, vou assistir algo, vou participar de alguma coisa, vou aprender, ou fazer parte. E conforme o acontecimento vai se aproximando, o êxtase vai aumentando, e o ápice da felicidade, é o concreto realizado. Mas então ai entra a decadência, e a tristeza, o nosso estado natural, vi voltando ao lugar. Porque o feliz não pode ser uma constante simplesmente porque senão não existiria a felicidade, ela não seria a felicidade e sim seria a própria vida.
Dessa forma, os nossos nove meses de gestação foram os nove meses mais felizes de toda a nossa vida, quando tinhamos no horizonte toda a vida que estava por acontecer. E agora que ela acontece, estamos a esperar por seu fim, que sabemos que estamos condenados, e por isso nossa tristeza não tem fim, e as perspectivas sim.
Faz sentido?
Ele me disse que vivemos das expectativas. Que nossa felicidade não depende do nosso consumo, ou das nossas conquistas.
Eu estava feliz naquele momento, exatamente porque eu vizualiva uma oportunidade, que ainda não aconteceu, mas agora eu já nem estou mais feliz porque a oportunidade está fraca.
De qualquer forma, eu percebi que realmente, quando eu fico feliz, é por ver ter a expectativa de que algo vai acontecer, por sentir a expectativa de que vou consumir algo, sentir que vou encontrar alguém, que vou fazer alguma coisa, vou assistir algo, vou participar de alguma coisa, vou aprender, ou fazer parte. E conforme o acontecimento vai se aproximando, o êxtase vai aumentando, e o ápice da felicidade, é o concreto realizado. Mas então ai entra a decadência, e a tristeza, o nosso estado natural, vi voltando ao lugar. Porque o feliz não pode ser uma constante simplesmente porque senão não existiria a felicidade, ela não seria a felicidade e sim seria a própria vida.
Dessa forma, os nossos nove meses de gestação foram os nove meses mais felizes de toda a nossa vida, quando tinhamos no horizonte toda a vida que estava por acontecer. E agora que ela acontece, estamos a esperar por seu fim, que sabemos que estamos condenados, e por isso nossa tristeza não tem fim, e as perspectivas sim.
Faz sentido?
sábado, 8 de novembro de 2008
Conversa com João Gabriel enquanto eu passeava com a Lulu e ele corria atrás do Pitoco
- Oi.
- Oi (arfando).
- Como você chama?
- João Gabriel.
- Que nome bonito. Eu me chamo Bia... Quantos anos vc tem?
- Eu tenho quatro.
- Quantos anos você acha que eu tenho? Eu sou grande.
- Hm..dez.
- Hahaha, não, eu sou mais grande ainda.
- Hm...onze.
- Não. Eu tenho vinte e um anos.
- Vamos passear comigo?
- Vamos. Eu tenho que pegar a coleira do Pitoquinho.
- Pode usar a da Lulu, ela está velhinha.
- Tá vendo aquela mulher ali, ela é minha mãe.
- Ah é? Como ela se chama?
- Eu não sei.
- Não?
- Não.
- Como se chama o seu pai?
- Edimício.
- Eu acho que a minha mãe chama Vera.
- É? Por quê?
- Porque meu pai sempre chama ela de Vera.
- Eu não gosto de pisar na terra molhada.
- Não? Não quer colocar um chinelo?
- Eu gosto de pisar no chão, mas não na terra molhada, porque eu não gosto de sentir esses tchufs tchufs que a água faz nos nossos dedos.
- Você tá vendo aquela árvore ali?
- É uma árvore de amora.
- Ah, então você já conhece amora?
- Aham.
- Então você já subiu numa amoreira?
- Ah não. Nunca subi numa árvore.
- Nunca? Nossa. Quer subir agora?
- ....tenho medo.
- Eu te ajudo. Escuta, vc já se machucou?
- Já, uma vez até saiu sangue.
- E doeu né?
- Aham.
- E não sarou?
- Sarou.
- Pois então. Se você subir na árvore e cair, você vai se machucar, e vai doer, e você vai sarar. Mas só se você cair.
- Eu to com medo.
- Você não está alto?
- Aham. Mas eu to com medo.
- Você quer descer?
- Não.
- Eu estou aqui o tempo todo com você viu. Você não vai cair comigo aqui.
- Tá.
- Eu preciso ir embora João. Me dá um beijo?
(beijo gostoso e puro)
- Posso te beijar?
- Aham.
(beijo de retribuição)
- Você não quer brincar de esconde-esconde comigo, Bia?
- Ah João, querer eu quero, mas agora eu tenho compromisso.
- Tá.
(outro beijo)
- Tchau.
- Oi (arfando).
- Como você chama?
- João Gabriel.
- Que nome bonito. Eu me chamo Bia... Quantos anos vc tem?
- Eu tenho quatro.
- Quantos anos você acha que eu tenho? Eu sou grande.
- Hm..dez.
- Hahaha, não, eu sou mais grande ainda.
- Hm...onze.
- Não. Eu tenho vinte e um anos.
- Vamos passear comigo?
- Vamos. Eu tenho que pegar a coleira do Pitoquinho.
- Pode usar a da Lulu, ela está velhinha.
- Tá vendo aquela mulher ali, ela é minha mãe.
- Ah é? Como ela se chama?
- Eu não sei.
- Não?
- Não.
- Como se chama o seu pai?
- Edimício.
- Eu acho que a minha mãe chama Vera.
- É? Por quê?
- Porque meu pai sempre chama ela de Vera.
- Eu não gosto de pisar na terra molhada.
- Não? Não quer colocar um chinelo?
- Eu gosto de pisar no chão, mas não na terra molhada, porque eu não gosto de sentir esses tchufs tchufs que a água faz nos nossos dedos.
- Você tá vendo aquela árvore ali?
- É uma árvore de amora.
- Ah, então você já conhece amora?
- Aham.
- Então você já subiu numa amoreira?
- Ah não. Nunca subi numa árvore.
- Nunca? Nossa. Quer subir agora?
- ....tenho medo.
- Eu te ajudo. Escuta, vc já se machucou?
- Já, uma vez até saiu sangue.
- E doeu né?
- Aham.
- E não sarou?
- Sarou.
- Pois então. Se você subir na árvore e cair, você vai se machucar, e vai doer, e você vai sarar. Mas só se você cair.
- Eu to com medo.
- Você não está alto?
- Aham. Mas eu to com medo.
- Você quer descer?
- Não.
- Eu estou aqui o tempo todo com você viu. Você não vai cair comigo aqui.
- Tá.
- Eu preciso ir embora João. Me dá um beijo?
(beijo gostoso e puro)
- Posso te beijar?
- Aham.
(beijo de retribuição)
- Você não quer brincar de esconde-esconde comigo, Bia?
- Ah João, querer eu quero, mas agora eu tenho compromisso.
- Tá.
(outro beijo)
- Tchau.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Alemão
Em alemão, não existe o verbo estar. Para se dizer que está com frio, temos que dizer "eu sou uma pessoa com frio agora". O mesmo vale pra quando estamos mau-humorados e depois ficamos felizes. "Eu era uma pessoa mau-humorada agora de pouco, mas agora sou uma pessoa feliz".
E assim, com o alemão, sendo estando, Marx criou O Capital, Nietzsche Zaratrusta, Brecht Godot, e outros outros outros aí.
Eu tenho bastante dificuldade para compreendê-los.
Eu tenho bastante dificuldade em não categorizar separamente o que sou e sinto. A metamorfose ambulante, é uma metamorfose constante. Influências não cessam, se param é porque mudam, e o tempo todo nos somos o que estamos.
Eu queria saber alemão, mas não queria passar pelo processo de aprender.
E assim, com o alemão, sendo estando, Marx criou O Capital, Nietzsche Zaratrusta, Brecht Godot, e outros outros outros aí.
Eu tenho bastante dificuldade para compreendê-los.
Eu tenho bastante dificuldade em não categorizar separamente o que sou e sinto. A metamorfose ambulante, é uma metamorfose constante. Influências não cessam, se param é porque mudam, e o tempo todo nos somos o que estamos.
Eu queria saber alemão, mas não queria passar pelo processo de aprender.
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