Não somos o que nascemos. Nós somos o que nem sabemos. Nós nem somos.
Porque não pedimos pra nascer. Não pedimos pra morrer. Pedimos para não morrer.
Mas se somos alguma coisa essa coisa não é a vontade de viver, e sim a vontade de não morrer. E veja bem, são duas coisas diferentes. Porque se se é um só viver não faz sentido. Se se é um só apenas se é. E se continua sendo até não ser mais. E se continua querendo ser simplesmente para não deixar de ser.
Acho que ainda não entendemos que nossa existência ultrapassa nossa simples existência. Que a vida vai além da nossa vida.
Precisamos aprender a existir para viver. Existir contemplando o que é vivo. Que se está vivo.
Tudo que a luz reflete é ferramenta. E o que não é reflexo de luz?