terça-feira, 3 de novembro de 2009

Números imaginários

Partindo da noção de que eu só me entendo linearmente, eu me encanto com a minha ignorância de mim mesma.
O tempo é o nome daquilo que não sabemos. Nele cabe o futuro, tudo o que está por vir, e tudo o que já foi. Como pode isso? Uma coisa que comporta tudo? O tempo é a nossa noção cartesiana da vida; mas me parece que só tem uma dimensão.
Quê necessidade é essa de quantificar tudo? Qual o motivo de querer nos comparar em medidas, se eu sou eu e ninguém nunca vai saber o que é isso além de mim mesma?
E isso me faz sentir, ao mesmo tempo, achatada na minha noção de mim, e também perdida e confusa, porque sou de infinitas dimensões.
Essa vontade de me quantificar em escalas, legendas, números me faz distanciar de mim mesma. Eu sou eu. Só eu sou eu. Eu só sou eu. E isso é infinito pra dentro de mim.
Mas estou com dificuldade de me encontrar, porque pra fora sou um conjunto de afirmações, negações, estatísticas; e tudo isso, incrivelmente, depois de 22 anos pelo menos, me faz confundir a de fora com a de dentro. Não sei se é necessariamente uma confusão, mas é uma indefinição, e uma sensação de ser e não se saber o que se é.
Compreender a vida implica, também, descontruir essa noção de sequência linear e cumulativa a que a traduzimos, não acha?
Ah se nunca me tivesse sido apresentado o tempo...

sábado, 3 de outubro de 2009

Eu não estou conseguindo aceitar que só vivo de noções finitas. Eu não caibo em mim mesma! Como posso ter começo e fim em tudo?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ironicamente

talvez agora, porque estou me sentindo viva tão viva é que me confundo.
a dor é clara, pode ser forte, pode ser fraca.
e a não dor?
sinto que é como energia acumulada que irradia pra não sei onde, pra dentro e pra fora.
mas pra onde vai? e de onde vem?

percebo então que a dor sou eu, ela não vem de mim, não está em mim.
a dor me faz, sendo comigo, só um.
e a não dor (não posso falar que é felicidade - embora a felicidade seja uma não dor. não acha?) parece que é quando a dor fica pequena.
ou será q é quando ela fica tão grande que vaza?
estou há muito tempo com não dor.
queria me sentir.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sen-Tido

É que quando as coisas começam a fazer sentido, as vezes elas doem. Não por necessariamente fazerem sentido, mas por retumbarem na vida de uma maneira que ocupa um espaço que sequer talvez nem existia antes.
A lucidez se faz grande, um tamanho que a ignorância não ignorava, mas que contava com, sem saber a dimensão.
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

mas só por aquilo que cativas.
não por aquilo que cativam em ti.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Como se sente

Seria tao simples se tivessemos a consciencia de nos mesmos. E o que eu digo por nos mesmos eh o nosso estado de espirito.
Isso porque a dificuldade existe em nos reconhecer como consequencia de uns emaranhados de sensacoes e situacoes.
Ai como eu queria poder me colocar num plano.

Mas tambem, se eu nao tivesse a necessidade de me motivar - me dar um motivo -, justificar, a entender o porque de mim assim...